Como foi falado antes, os espíritos que não conseguem se desvencilhar da sua atração pelas sensações físicas ficam "vagando" aqui mesmo, vivendo em alguns casos nas próprias moradias que deixaram.
Também temos casos em que o espírito recém-desencarnado tenta, mas não consegue se desligar da vida física devido aos chamados incessantes dos que ficaram. O espírito fica desorientado e acaba voltando ao lar, unindo-se a família que não o vê, mas que passa conviver com ele.
As duas situações são bastante tristes, já que o recém-desencarnado poderia habitar lugares muito mais harmoniosos e felizes que a Terra.
No outro lado temos os familiares, que passam a conviver com o espírito familiar, que acaba participando das desavenças, e sem querer, contribui para o desequilíbrio da ambiente doméstico, pois ele se encontra desequilibrado. Ele não está em condição de ajudar ninguém (embora muitos achem o contrário).
É por esse motivo que temos que orar para que os que já partiram para o mundo espiritual tenham paz e que possam ser auxiliados, caso contrário eles sofrem e inconscientemente prejudicam as pessoas próximas.
Quando o desencarnado teve alguma doença séria é comum a pessoa mais sensível da casa (geralmente o que é médium) ou a que tem mais ligação com o recém-desencarnado comece a sentir alguns os sintomas da doença que o fez desencarnar.
O parente não faz isso por mal, mas a sua ligação acaba acontecendo e é prejudicial aos encarnados.
O tratamento para esse tipo de obsessão varia de acordo com os participantes. Pode ser simples quando existe uma vontade geral para o entendimento e muito complexo quando os familiares não conseguem parar de chamar o desencarnado ou ele não aceita ficar longe da família.
Em reuniões de desobsessão encontramos espíritos de mães ou pais que voltam várias vezes à reunião. Eles alegam que tentaram ir para os Postos de Socorro, mas não conseguem ficar longe. Totalmente inconscientes acabam voltando ao lar, impregnando o ambiente de enerigas nocivas.
Nos casos mais complicados somente o tempo e a paciência podem resolver o problema. A influencia da família encarnada é muito importante, ela deve orar, vibrar positivamente e pedir para que o recém-desencarnado seja auxiliado. Realizar o Evangelho no Lar é muito importante para facilitar o trabalho da espiritualidade nesses casos.
Caso o desencarnado se rebele e insista em ficar com a família e essa esteja sendo prejudicada, é possível que ocorra uma intervenção por parte dos mentores espirituais, impedindo o espírito de permanecer no lar. Retiramos como exemplo o trecho do livro Obreiros da Vida Eterna, de Chico Xavier:
"- Indiquei, porém o laço fluídico que a ligava ao envoltório sepulto e observei:
- Vê-se, entretanto, que a mísera experimenta a desintegração do corpo grosseiro em terríveis tormentos, conservando a impressão de ligamento com a matéria putrefata. Não teremos recursos para aliviá-la?
Tomei atitude espontânea de quem desejava tentar a medida libertadora e perguntei:
- Quem sabe chegou o momento? não será razoável cortar o grilhão?
- Que diz? - objetou, surpreso, o interlocutor - não, não pode ser! Temos ordens.
- Porque tamanha exigência - insisti.
- Se desatássemos a algema benéfica, ela regressaria, Intempestiva, à residência abandonada, como possessa de revolta, a destruir o que encontrasse. Não tem direito, como mãe infiel ao dever, de flagelar com a sua paixão desvairada o corpinho tenro do filho pequenino e, como esposa desatenta às obrigações, não pode perturbar o serviço de recomposição psíquica do companheiro honesto que lhe ofereceu no mundo o que possuía de melhor. E’ da lei natural que o lavrador colha de conformidade com a semeadura. Quando acalmar as paixões vulcânicas que lhe consomem a alma, quando humilhar o coração voluntarioso, de medo a respeitar a paz dos entes amados que deixou no mundo, então será libertada e dormirá sono reparador, em estância de paz que nunca falta ao necessitado reconhecido às bênçãos de Deus."
"- Indiquei, porém o laço fluídico que a ligava ao envoltório sepulto e observei:
- Vê-se, entretanto, que a mísera experimenta a desintegração do corpo grosseiro em terríveis tormentos, conservando a impressão de ligamento com a matéria putrefata. Não teremos recursos para aliviá-la?
Tomei atitude espontânea de quem desejava tentar a medida libertadora e perguntei:
- Quem sabe chegou o momento? não será razoável cortar o grilhão?
- Que diz? - objetou, surpreso, o interlocutor - não, não pode ser! Temos ordens.
- Porque tamanha exigência - insisti.
- Se desatássemos a algema benéfica, ela regressaria, Intempestiva, à residência abandonada, como possessa de revolta, a destruir o que encontrasse. Não tem direito, como mãe infiel ao dever, de flagelar com a sua paixão desvairada o corpinho tenro do filho pequenino e, como esposa desatenta às obrigações, não pode perturbar o serviço de recomposição psíquica do companheiro honesto que lhe ofereceu no mundo o que possuía de melhor. E’ da lei natural que o lavrador colha de conformidade com a semeadura. Quando acalmar as paixões vulcânicas que lhe consomem a alma, quando humilhar o coração voluntarioso, de medo a respeitar a paz dos entes amados que deixou no mundo, então será libertada e dormirá sono reparador, em estância de paz que nunca falta ao necessitado reconhecido às bênçãos de Deus."
Também temos casos em que cônjuges não aceitam um segundo enlace, obsediando o companheiro ou o novo consorciado ou até os dois, temos um exemplo no livro Entre o Céu e a Terra, de André Luiz, pelo espírito Chico Xavier:
" - A jovem senhora é Zulmira, a segunda orientadora deste lar, e a irmã desencarnada que presentemente lhe vampiriza o corpo é Odila, a primeira esposa de Amaro e mãezinha de Evelina, dolorosamente transfigurada pelo ciúme a que se recolheu. Empenhada em combater aquela que considera inimiga, imanta-se a ela, através do veículo perispirítico, na região cerebral, dominando a complicada rede de estímulos nervosos e influenciando os centros metabólicos, com o que lhe altera profundamente a paisagem orgânica.
- Mas, porque não há reação por parte da perseguida? - inquiri, perplexo.
- Porque Zulmira, a nossa amiga encarnada, caiu no mesmo padrão vibratório - aclarou o instrutor. - Ela também se devotou ao marido com egoísmo aviltante. Amaro sempre foi pai afetuosíssimo. O matrimônio anterior deixou-lhe um casal de filhinhos, mas o pequeno Júlio, formosa criança de oito anos, perdeu a existência no mar. A segunda mulher nunca suportou, sem mágoa, o carinho do genitor para com os órfãos de mãe. Revoltava-se, choramingava e doía-se constantemente, diante das menores manifestações de ternura paternal, entrelaçando-se, por isso mesmo, com as desvairadas energias da irresignada companheira de Amaro, arrebatada pela morte. Em suas preocupações doentias, Zulmira chegou a desejar a morte de uma das crianças."
" - A jovem senhora é Zulmira, a segunda orientadora deste lar, e a irmã desencarnada que presentemente lhe vampiriza o corpo é Odila, a primeira esposa de Amaro e mãezinha de Evelina, dolorosamente transfigurada pelo ciúme a que se recolheu. Empenhada em combater aquela que considera inimiga, imanta-se a ela, através do veículo perispirítico, na região cerebral, dominando a complicada rede de estímulos nervosos e influenciando os centros metabólicos, com o que lhe altera profundamente a paisagem orgânica.
- Mas, porque não há reação por parte da perseguida? - inquiri, perplexo.
- Porque Zulmira, a nossa amiga encarnada, caiu no mesmo padrão vibratório - aclarou o instrutor. - Ela também se devotou ao marido com egoísmo aviltante. Amaro sempre foi pai afetuosíssimo. O matrimônio anterior deixou-lhe um casal de filhinhos, mas o pequeno Júlio, formosa criança de oito anos, perdeu a existência no mar. A segunda mulher nunca suportou, sem mágoa, o carinho do genitor para com os órfãos de mãe. Revoltava-se, choramingava e doía-se constantemente, diante das menores manifestações de ternura paternal, entrelaçando-se, por isso mesmo, com as desvairadas energias da irresignada companheira de Amaro, arrebatada pela morte. Em suas preocupações doentias, Zulmira chegou a desejar a morte de uma das crianças."
Agora um exemplo perfeito, retirado do livro Nos Domínios da Mediunidade (Chico Xavier), que mostra o problema de uma irmã a que teimou em chamar o marido, que sem conseguir se esquivar acabou se ligando em uma obsessão perigosa:
" Era infortunado solteirão desencarnado que não guardava consciência da própria situação.
Incapaz de enxergar os vigilantes que o traziam, caminhava à maneira de um surdo-cego, impelido por forças que não conseguia identificar.
- É um desventurado obsessor, que acabam de remover do ambiente a que, desde muito tempo, se ajusta - informou Áulus, compadecido. - Desencarnou em plena vitalidade orgânica, depois de extenuar-se em festiva loucura. Letal intoxicação cadaverizou-lhe o corpo, quando não possuía o menor sinal de habilitação para conchegar-se às verdades do espírito.
E como quem já conhecia as particularidades da prestação de socorro que, decerto, fora antecipadamente preparada, continuou explicando:
- Reparem. É alguém a movimentar-se nas trevas de si mesmo, trazido ao recinto sem saber o rumo tomado pelos próprios pés, como qualquer alienado mental em estado grave. Desenfaixando-se da veste de carne, com o pensamento enovelado a paixão por irmã nossa, hoje torturada enferma que sintonizou com ele, a ponto de retê-lo junto de si com aflições e lágrimas, passou a vampirizar-lhe o corpo. A perda do veículo físico, na deficiência espiritual em que se achava, deixou-o integralmente desarvorado, como náufrago dentro da noite. Entretanto, adaptando-se ao organismo da mulher amada que passou a obsidiar, nela encontrou novo instrumento de sensação, vendo por seus olhos, ouvindo por seus ouvidos, muitas vezes falando por sua boca e vitalizando-se com os alimentos comuns por ela utilizados. Nessa simbiose vivem ambos, há quase cinco anos sucessivos, contudo, agora, a moça subnutrida e perturbada acusa desequilíbrios orgânicos de vulto. Por haver a doente solicitado nosso concurso assistencial, somos constrangidos a duplo socorro. Para que se cure das fobias que presentemente a assaltam como reflexos da mente dele, que se vê apavorado diante das realidades do espírito, é necessário o afastamento dos fluidos que a envolvem, assim como a coluna, abalada pelo abraço constringente da hera, reclama limpeza em favor do reajuste.”
" Era infortunado solteirão desencarnado que não guardava consciência da própria situação.
Incapaz de enxergar os vigilantes que o traziam, caminhava à maneira de um surdo-cego, impelido por forças que não conseguia identificar.
- É um desventurado obsessor, que acabam de remover do ambiente a que, desde muito tempo, se ajusta - informou Áulus, compadecido. - Desencarnou em plena vitalidade orgânica, depois de extenuar-se em festiva loucura. Letal intoxicação cadaverizou-lhe o corpo, quando não possuía o menor sinal de habilitação para conchegar-se às verdades do espírito.
E como quem já conhecia as particularidades da prestação de socorro que, decerto, fora antecipadamente preparada, continuou explicando:
- Reparem. É alguém a movimentar-se nas trevas de si mesmo, trazido ao recinto sem saber o rumo tomado pelos próprios pés, como qualquer alienado mental em estado grave. Desenfaixando-se da veste de carne, com o pensamento enovelado a paixão por irmã nossa, hoje torturada enferma que sintonizou com ele, a ponto de retê-lo junto de si com aflições e lágrimas, passou a vampirizar-lhe o corpo. A perda do veículo físico, na deficiência espiritual em que se achava, deixou-o integralmente desarvorado, como náufrago dentro da noite. Entretanto, adaptando-se ao organismo da mulher amada que passou a obsidiar, nela encontrou novo instrumento de sensação, vendo por seus olhos, ouvindo por seus ouvidos, muitas vezes falando por sua boca e vitalizando-se com os alimentos comuns por ela utilizados. Nessa simbiose vivem ambos, há quase cinco anos sucessivos, contudo, agora, a moça subnutrida e perturbada acusa desequilíbrios orgânicos de vulto. Por haver a doente solicitado nosso concurso assistencial, somos constrangidos a duplo socorro. Para que se cure das fobias que presentemente a assaltam como reflexos da mente dele, que se vê apavorado diante das realidades do espírito, é necessário o afastamento dos fluidos que a envolvem, assim como a coluna, abalada pelo abraço constringente da hera, reclama limpeza em favor do reajuste.”
http://www.grupopas.com.br/cadastroColuna/mostraArtigoColuna.do?id=140
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